Um mapa!!
-Veja isso May! Um
mapa!- May foi para de trás da escrivanhia para ver o desenho
-Onde isso vai nos
levar?- perguntou enquanto tirava o celular do bolso para fotografar
-Parece ser uma
espécie de labirintos subterrâneos
-Está ficando cada
vez mais interessante!- disse May empolgada- se é que isso é possível
-Leva exatamente até
uma sala que fica... debaixo... do quarto... do Martin
-O quê?
-Tem uma sala
subterrânea de baixo do quarto dele
-Deve ter uma sala
subterrânea por todos os lados nessa escola
-Mas é um umas três
possíveis salas para baixo
-Como?
-Não achou que ele
deixaria as pistas em galerias que todos conheciam, né? Aqui, ao que entendo,
ficam uma três salas para baixo, vamos subir uma escada e ficar logo abaixo dos
pés de Martin
-Uma galeria
subterrânea em baixo de outra galeria subterrânea
-Vamos lá hoje à
noite, não podemos perder mais tempo, o Eclipse é amanhã- naquela noite, depois
que todos estavam dormindo, May e Jorge saíram munidos da foto no celular com o
mapa, o “pergapano” da May e o manuscrito, desceram algumas escadas que ficavam
atrás da catedral, as galerias eram realmente imensas mas tinham archotes
iluminando os corredores medievais, May e Jorge caminharam por um bom tempo
-Só falta estarmos
perdidos!- disse Jorge
-Perdidos não
estamos, isso eu tenho certeza, pelo mapa agora temos de subir essas escadas em caracol- Jorge
olhou para frente e viu um lance de escadas quase na vertical, estavam em
espiral e era estreita, mas muito, muito íngreme
-La vamos nós-
comentou ele, eles subiram até chegarem a uma portinha de madeira, medieval,
eles empurraram, ela era bem pesada e fez um grande ruído mas eles conseguiram
entrar, era um grande salão, com o chão todo desenhado e dentro havia uma
espécie de arca
-Aposto que tem algo
de muito importante nessa arca- diz May
-Quem é o capitão
óbvio agora?- ironiza Jorge enquanto tenta abrir a arca, mas ela estava
trancada, porém ele viu uma flecha desenhada na tampa da arca, ele olhou em
direção ao que estava desenhado, olhou para a arca
-Algo me diz que
essa sala de alta magia e tudo mais, não era do Lewis Carroll
-E como chegou a
essa conclusão, Sherlock?
-Não sei, é só um
palpite
-Será que é por que
está escrito “esse local pertence à Jafar”?
-Onde está escrito
isso?
-Aí atrás de você-
Jorge virou a cabeça e viu uns escritos em árabe na parede
-Não sabia que VOCÊ
falava árabe
-Bem, isso não
importa, a próxima pista está aqui em algum lugar
-Será que não viemos
à sala errada? Não entendo por que Charles nos mandaria para a sala de um mouro
-Justamente, Charles
não nos mandaria para a sala de um mouro, é por isso que ele nos mandou para
cá, faz parte da dificuldade da pista, outra pessoa tentaria procurar outra
sala e acabaria se perdendo nos labirintos quando o mapa é bem claro, vamos
ficar por aqui
-Não confunda isso
com medo e acomodação
-Se você confundir,
vai falhar- Jorge disse e vasculhou todo o local em busca de pistas mas o mais
complicado era que tudo parecia pista, a questão era saber qual era a pista,
May estendeu o pano e viu através dele que em um canto da sala estava escrito
“here”, apontou para o local para Jorge ir até lá
-Bem ali, perto da
imagem de uma espécie... de
-Jhins
-Eu ia falar gênio
-é tipo um demônio-
disse Jorge dava leves socos na parede até apertar algum botão e a parede
começar a se movimentar, ela abriu, mas ao em vez de dar para uma passagem
secreta, mostrou outra parede com o enigma, estava em parte talhado no material
da parede e parte desprezo, como um quebra cabeça para montar
“dW
CLAIR
ADORADO
dW
EO
dN
e no final uma
suástica, tanto May quanto Jorge sentiram um arrepio e s entreolharam
-Será que é sobre
isso que aquela moça estava falando
-Não sei...
suástica... a origem dela remota a
Índia..
-Índia?
-Sim... quero
dizer... algo próximo do budismo, me entende?
-Sim, sim...
Qualquer um já sairia pensando que Carroll tinha inclinação nazista
-Qualquer débil
mental você quer dizer, o nazismo veio anos depois de Carroll...- May estendeu
mais uma vez o pano e viu escrito logo em baixo uma legenda
“d=disposição
Dois nomes
Um coração
a espada está
nas almas valises”
-Como a gente vai
desvendar isso??!!- lamentou Jorge achando a charada mais difícil do que nunca
-Meu sangue ferve,
minha ancestralidade me diz que se eu não descobrir essa eu já posso me jogar
no Tamisa com uma pedra amarrada no pescoço
-Meio caminho
andado, agora só falta preencher as lacunas
-As lacunas do
mistério
-Não, veja, tem nove
espaços no pé da parede e embaixo nove letras
“A, C, D, E, I, L,
L, O, R”
-Nós temos de formar
uma palavra... a pergunta é, que palavra?- diz Jorge
-Capitão Óbvio ataca
novamente
-Vê se ajuda ao em
vez de debochar
-Nos podemos ver
isso amanhã
-Amanhã é o dia do
eclipse, vai ser a tarde, quer arriscar?
-É melhor não, bem,
é um anagrama, a única pista que temos é o que está escrito... eu acho que se
considerarmos é muita coisa
-Vamos lá senhorita
da ancestralidade forte, agora é com você- disse Jorge e se sentou para
descansar em algum lugar enquanto May ficou lá tentando desvendar o mistério,
era a primeira vez que ele sentara para descansar e ficar contemplando sua
parceira, e contemplar era a palavra certa, por mais tenso que Jorge estivesse
com todo o mistério e principalmente consigo mesmo, sempre que observava May,
via nela uma embaixada da beleza na terra, a diferença de idade entre eles não
podia ser grande coisa, ele tinha 35 e ela o quê? Uns 16 no máximo, mas isso
realmente não tinha a menor importância por que eles se entendiam muito bem,
não falavam outra língua, bem, falavam, mas também falavam a mesma língua, ela
era ruiva, mas não por causa da Nicole, e sim por que era a irmã da America e a
America era uma ruiva e... por “Não por causa da Nicole”? Ele não entendia por
que estava pensando aquilo, também não entendia que tipo de pensamentos tinham
começado a atormentá-lo desde quando ela entrou no caso, desde o começo quando
ele soubera que ela supostamente abandonara a missão, ele havia imaginado uma
mulher chata e briguenta, não uma adolescente cheia de vida, esperta e... e...
linda, NÃO, definitivamente ele não podia começar a querer se apaixonar por
ela, May tinha muito futuro e o futuro dele estava nebuloso, Não podia nem se
quer sonhar com ela, quando acabara tudo aquilo, ele teria de arrumar um jeito
de se esconder de novo de todo ódio reservado a ele pelos dois lados entre os
quais perambulava
-É CLAIRDOEL – Fez
Jorge pular da onde estava sentado
-Como?
-CLAIRDOEL
-Como você adivinhou?
-Segredos de uma
Cohen- Jorge olhou para parede e viu que dois nomes haviam sido escritos,
primeiro a letras foram dispostas nos pontos dos W e do N que estavam talhados
e depois a suástica fora desmontada formando 4 Ls, antes dele se afastar e ver
quais era os nomes que haviam sido formados, May terminara de montar a palavra, a parede deu outro estalo e virou,
sim, a parede virou, revelando desta vez uma mensagem bem clara
“Guildford,
castanheiras, espada, casa, escritório, corram!”
-Já sabe o que temos
de fazer- comentou May
-Com certeza.
Eles saíram da
galeria já eram umas 3 da manhã, e como a excitação do momento não os deixava
com sono eles foram direto pegar um trem para Guildford quando tiveram uma
surpresa
-Martin e a turma
dele- parou Jorge com o braço
-O quê?
-Não podemos deixar
ele nos ver, vai achar que fazemos parte de sua aventura
-E o que fazemos?
-Vamos pegar o
próximo trem
-O eclipse será a
tarde
-Nós temos tempo May,
ainda é muito cedo e leva menos de uma hora até Guildford, agora é só a espada,
vamos voltar para o college, é mais seguro
-Eles estavam no
quarto por que afinal era sábado e não tinham ido para lá para estudar ao
contrário do resto, May lia um romance de época de Julia Quinn enquanto Jorge
assistia a alguma coisa no computador, a porta bateu, como Jorge estava com
fones de ouvido só May ouviu e foi atender a porta, para marcar o livro ela
procurou alguma coisa na mesa e fez cair de vez um livro da mochila de Jorge
que estava meio para fora, ela pegou o livro intrigada, mas como a porta bateu
de novo
-Pode entrar!!-
avisou ela enquanto corria para esconder o livro na própria mochila antes que
Jorge visse, Lacie entrou no quarto
-Como vão meus
menininhos?- perguntou Lacie
-Ei! Essa fala não é
da..- ia perguntar May
-é minha sim, ou
deixem pra lá, a quanto anda nosso mistério?
-Descobrimos que tem
uma espada em Rugby, não, Guildford, por que eu falei Rugby?- disse Jorge
-De certo por que
tem alguém lá pensando em você – disse Lacie- é muito bom saber que vocês já
avançaram tanto nas investigações, estão anos luz do tal Matt Raymond
-ele é dos nossos?-
perguntou May
-Não, nem vai ser,
bem, só passei para ver se vocês estavam precisando de algo
-Toddynho, me traga
toddynho ou qualquer outro achocolatado, meu cérebro funciona melhor com
chocolate liquido tanto quanto o cérebro do Doc Strogger funciona melhor com Álcool
-Ótimo, eu vou
buscar- e logo em seguida saiu, algo apressada
-Ela sabe que o
Eclipse é hoje à tarde?- perguntou Jorge
-Sabe, por quê?
-Por que o certo
seria ela perguntar por que ainda não estamos em Rugby, não, Guildford! Por que
eu estou falando Rugby??!!- Lacie correu para a biblioteca, no balcão com ela
estava sentada uma jovem vestida elegantemente com o uniforme do college, mas
ela não era estudante,
-Querida, avise ele
que deixou a espada em Rugby, não, em Guildford, avise-o que deixou a espada em
Guildford- disse Lacie para ela
-Eu tenho que avisar
para quem?
-Para o da Jane.
Logo na estação de
trem, este não demorou e Jorge e May subiram a bordo, levaram um susto quando
viram que a tal moça estava no vagão com eles
-Você aqui? Quer
dizer logo o seu nome- pediu Jorge
-Por que não diz o
seu?
-O meu é Jorge,
Jorge Gunthiniz
-Não- riu a moça-
Estou falando do seu nome verdadeiro- o sangue se esvaiu do rosto de Jorge
-como assim? Você
usa um nome falso?- perguntou May
-Não uso, por favor,
não faça isso comigo- pediu com misericórdia Jorge para a moça
-Só para vocês não
continuarem a me tratar como “A Moça”, podem me chamar de senhora Varilovsky
-Senhora? Parece tão
jovem- comentou May
-É que sou casada,
com Vladmir Varilovisky, que, aliás, não pode vir comigo nessa aventura
-Estou aliviado que
isso esteja acabando- comentou Jorge
-Espero que vocês
tenham a sorte de alguém chegar lá antes que vocês- comentou senhora
Varilovisky
-Quem, O Martin? –
ironizou May- Não estou ironizando, mas acho que ele não ira encontrar o que
nós fomos para lá encontrar
-Seria mais
desastroso ainda se o garoto Martin estivesse na missão de vocês, ainda bem que
não está, porém, a certeza de seus papéis será posta em cheque a partir do
primeiro ato após o empunho da espada, talvez não o da May, mas seu, “Jorge”
-Por que só a May é
que tem força suficiente para cumprir tudo? Eu estou do lado dela e até agora
não encontrei nada que eu não pudesse fazer
-Menos falar inglês-
disse May
-Menos isso- ecoou
Jorge
-Pela primeira vez
estou tendo problemas em acreditar na capacidade de alguém levar adiante uma
missão e isso não tem nada a ver com... com aquilo, né May?
-Sei o que é aquilo-
disse a garota
-Se sabe e se não
tem nada a ver, por que não dizem na minha cara?- perguntou Jorge impaciente
-O seu problema com
essa missão é outro, algo que estará relacionado aos doze sacrifícios- disse a
senhora Varilosvisky
-Eu já disse que não
vou sacrificar ninguém- disse Jorge
-Bem, mas vai
ajudar, ou se não, será sacrificado- Jorge olhou para a senhora Varilosvisky
como se ela fosse um dragão prestes a cuspir ácido na cara dele
-Eu posso saber por
QUEM eu seria sacrificado?
-Por quem SERÁ
sacrificado- nesse momento eles chegaram a Guildford
-Mas já???!!!- eles
pulam da poltrona menos senhora Varilosvisky
-Eu acho bom vocês
não ficarem aí como gatos assustados e irem logo conferir a barbárie- nesse
momento ela desapareceu, Jorge e May correram para a casa que pertenceu a irmã
mais velha de Lewis Carroll, ela já estava aberta para a visitação turística,
tiveram que tomar muito cuidado para que Martin ou algum amigo não os visse por
que eles ainda estavam lá, subiram a escada que aliás estava interditada, mas
ao sair no corredor se depararam com...
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