“Eu não pude evitar” aposta que se perguntasse para o Lewis
Carroll o que ele não pude evitar ele olharia para a...
-Olharia para quem, Jaqueline?
-Eu não disse para quem, Wakeling,
eu ia dizer para o quê.... é né... aquele 1% David .Slavitt....
Phoebe (se pronuncia Fíbi) Litchen (Ella Fanning) é uma
garotinha estranha que adora o País das
Maravilhas, é esperta, questionadora, sonhadora e.... tem uns hábitos estranhos
como cuspir, pular escadas e lavar as mãos... então ela decide participar de
uma peça de teatro na escola que é Alice no País das Maravilhas (mas você não
sabe se País dos Espelhos ou País das Maravilhas) são os dois. Aí entra a
senhorita... Dodger, cujo o sobrenome foi escolhido com muito carinho pelo autor
do filme (sabedores saberão).
Levou umas 24 horas para baixarem esse filme na Lan House,
mas conseguiram, quando eu comecei a assistir eu falava “essa menina foi
baseada em mim”, detalhe: eu só havia visto o trailer, então a medida que ela
se arranha e se sente em no precipício o tempo todo eu fui vendo que eu não
tenho esse tipo de devaneio mental (tenho outros), o filme trata basicamente da
relação dela com sua mãe, um procrastinadora que também ama Alice e que as
filhas sejam diferentes, e da relação de Phoebe com o mundo a sua volta, ela
vive no meio de pessoas que em contraste com sua personalidade reflexiva
tornam-se chatas e desinteressante, menos Jammie, o garotinho ator e única
criança com quem Phoebe faz amizade. Ao decorrer do filme vemos diversas
referências as obras de Carroll, entendemos que a protagonista enxerga o mundo
através delas, e cada pessoa do seu cotidiano torna-se um clássico personagem
do livro, situações também são comparadas e metáforas de cenas famosas do País
das Maravilhas se fundem com a realidade na mente de Phobe. Além dessa esfera,
percebemos a complexidade de sua relação com a família e com si mesma, muitas
vezes ela toma atitudes rudes e mal educadas e fica muito evidente que não são
por que ela quer, pelo menos é o que ela diz o filme todo: “Eu não consigo
evitar”, mas se equivoca quem pensa que
a guria é malcriada e usa isso como desculpa, alguns também chegam a
pensar assim, mas a verdade é que Phoebe.... bem, aí tem que assistir o filme
até o final, mas até lá o enredo é
interessante e sensível, os diálogos são profundos e tem cenas muito comoventes. A irmã de Phoebe,
Olívia, se repararmos nela mais do que a própria família veremos que ela é
muito inteligente e tão interessante quanto a protagonista, mas não tem os mesmo
problemas.
Eu não sou nenhuma especialista em cinema, o máximo que eu
faço é assistir Pipocando, (aliás eu
recomendo até para quem não é cinéfilo, é muito bom) então não me peçam um
análise da atuação e tudo mais por que eu só estou fazendo resenha por que tem
algo a ver com o que eu gosto muito, mas as atuações são boas, embora as
expressões da Ella Fanning no psiquiatra tenham me lembrado as do Walter (Kevin
Bacon) em O Lenhador ,
quando ele também está no psiquiatra (será a cara que as pessoas fazem quando estão
sendo analisadas?) . Eu gostei muito desse filme e recomendo a todos os fãs de
Alice pelas referencia diretas e também pela trama muito bem desenvolvida, e
disso a todos.
A cena que eu mais gosto é a conversa, a
primeira conversa que ela tem com a senhorita Dodger no alto do palco.
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